segunda-feira, 15 de março de 2010

Resurrecturis: Non Voglio Morire

Resurrecturis
"Non Voglio Morire"
Copro Records
7.5/10

Formados em 1990, os Resurrecturis são creditados como uns dos pioneiros do Death Metal e Grindcore na Itália. Apesar de já contarem com 20 anos de carreira, só em 2009 é que lançaram o seu terceiro álbum. Intitulado «Non Voglio Morire» (“não quero morrer” em italiano), é a primeira metade duma obra conceptual que aborda a vida do líder e principal compositor da própria banda, Carlo Strappa. Tratando-se dum conceito muito pessoal, Strappa decidiu acrescentar alguns elementos musicais diferentes, como o Rock e a Electrónica, para conseguir transmitir um maior leque de emoções ao ouvinte.

Comparado com os seus antecessores, este novo disco sobressai pela sua qualidade técnica e ambição. A execução dos instrumentos e a produção são muito boas e as composições são extremamente variadas, mas será este último factor a prejudicar o resultado final, uma vez que as experiências nem sempre fluem da melhor forma. «Non Voglio Morire» inicia-se com «The Origin», uma curta descarga de Death/Thrash com laivos de Grind que simboliza as primeiras tentativas de expressão musical do fundador da banda. «Prologue» ainda suaviza um pouco a agressividade inicial, mas ela rapidamente regressa com «**** Face» e «Corpses Forever», evocando esta última os lendários Death. Com «The Artist», o experimentalismo ganha relevo. É um tema maioritariamente electrónico, onde uma batida electrónica se mistura com a voz arrastada e sombria de Strappa. No refrão, as guitarras ganham relevo e acompanham uma voz feminina pouco interessante. Após «Save My Anger», uma faixa mais “normal” e com algumas influências de Metalcore, chega «Calling Our Names» que, para mim, é a experiência mais bem sucedida do álbum. É uma power-ballad, muito ao estilo duns Metallica entre os finais da década de 80 e inícios de 90, com progressões muito bem conseguidas, belos solos de guitarra e uma voz limpa muito competente. À excepção de «After the Show», mais orientada para o Death Metal, o resto do álbum é mais melódico e menos pesado. Esta mudança torna tudo mais aborrecido, porque as canções não são suficientemente orelhudas. Contudo, «The Fracture» e «In Retrospective» ainda se conseguem destacar. A primeira, para a qual se gravou um videoclip, tem uma sonoridade Heavy Metal e um solo de guitarra muito bom e a segunda é uma balada bastante suave, com guitarra acústica, pianos e vozes limpas, que serve de retrospectiva à vida de Strappa.

Em poucas palavras, «Non Voglio Morire» é um trabalho extremamente ambicioso para uns Resurrecturis tão pequenos. O resultado não é excelente, mas também não envergonha em nada a banda transalpina. Este disco encontra-se disponível para download gratuito no site da banda. Porém, aqueles que quiserem uma cópia do mesmo poderão encomendá-lo à Copro Records. É uma edição digipack refinada que conta com um DVD bónus, onde há o videoclip de «The Fracture», o seu making of e mais alguns extras.

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