sábado, 11 de agosto de 2012

Entrevista: Master

Figura marcante no desenvolvimento do Metal extremo desde os anos 80, Paul Speckmann é um exemplo de preserverança no underground metálico, contando com um vasto currículo musical. Aproveitando o lançamento do novo "The New Elite", a futura passagem por Portugal e a recente reunião dos Death Strike para um concerto único, o THMS entrevistou o líder dos Master, que respondeu às questões sem papas na língua.


O "The New Elite" é o teu 11º álbum com os Master. É difícil encontrar inspiração após estes anos todos? Quais são as tuas principais fontes de inspiração? 
O mundo à minha volta é que dita os temas para as canções. As composições, em si, surgem naturalmente todos os anos. Simplesmente pego na guitarra acústica de tempos em tempos quando sinto vontade e, às vezes, sou inspirado por um novo riff que me vem à cabeça e que pode, ou não, tornar-se numa nova canção. É desta forma que tenho composto nos últimos 20 anos. Umas vezes encontras grandes canções no gravador de cassetes e noutras nem por isso. Vivemos num mundo louco e confuso e toda a violência e agressividade que vemos nas nossas vidas ajudam-me e inspiram-me a escrever estas canções para os Master.

Como correu o processo de composição e gravação para o novo álbum? Foste tu que escreveste as canções todas ou os teus colegas de banda também contribuíram com as suas ideias e material? 
O guitarrista Aleš Nejezchleba traz sempre três canções quando começamos a trabalhar num álbum novo. Normalmente, trabalhamos primeiro em cerca de oito das minhas e depois pegamos nas dele no fim. O baterista Zdenek Pradlovsky também contribui sempre com as suas ideias para a bateria, descobrindo muitas vezes uma boa forma de iniciar a canção. Por isso, sim, os meus colegas também estão envolvidos no processo de composição e tudo isto torna o nosso trabalho melhor.


Como analisas o "The New Elite"? Vê-lo como uma evolução em relação aos lançamentos anteriores ou pensas que traz novos elementos à musica dos Master? 
Todos os álbuns são uma evolução em relação aos anteriores, claro. É assim que deve ser, uma banda cresce junta e ao longo dos anos evolui, obviamente. Pessoalmente, gosto de todos os álbuns de Master. A diferença é que alguns tiveram ou melhores orçamentos ou melhores executantes ou mais ou menos tempo para serem gravados, mas, de qualquer forma, estou orgulhoso com tudo o que fizemos. Os Master mantêm-se fieis às suas raízes e firmes em todos os álbuns.  Os novos elementos surgem nas canções naturalmente. Ouve o primeiro álbum de Master e depois o “The New Elite” e vais ouvir uma progressão de certeza, é como do dia para a noite! 

Os Master vão tocar em Portugal em Janeiro de 2013 no Mangualde Hard Metal Fest. Quais são as tuas expectativas para este concerto? Portugal traz-te boas memórias? 
Espero, sinceramente, que as pessoas apareçam no festival. Da última vez que tocámos num festival no Porto com 30 bandas, a cena e o público revelaram-se bastante pequenos. Só estavam umas 75 pessoas lá. O festival foi muito divertido, a organização muito profissional e a comida de arrasar. Ficámos numa vinha e divertimo-nos muito, para dizer o mínimo. Por isso, espero que desta vez as pessoas apareçam e que possamos dar outro grande concerto.

 

Os Death Strike foram confirmados como cabeças-de-cartaz para o festival Death Doomed the Age, na Alemanha. O que te fez ressuscitar a banda para este evento? 
Uma oportunidade de dar o primeiro e único concerto com a banda e receber também uma boa quantia de dinheiro. O que mais poderia ser? Começámos a ensaiar para este concerto há cerca de um mês e é uma sensação muito boa tocar canções antigas de Master e Death Strike de novo, por isso sem dúvida que vou divertir-me com o concerto daqui a umas semanas.

Quem é que vai tocar bateria e guitarra nesta ocasião especial? 
Os Master, quem mais haveria de ser?
 

Estás a viver na Republica Checa já há alguns anos. Porque é que te mudaste para a Europa? 
Mudei-me para a Europa quando surgiu o convite para ingressar nos checos Krabathor, em 1999, e nunca olhei para trás. A cena na Europa provou-me o seu valor, já que os Master dão pelo menos um mínimo de 80 concertos aqui na Europa, mais outros 30 fora todos os anos. Por isso, sem dúvida que tomei a decisão certa ao vir para o centro do Metal no mundo.


Gostas de viver na República Checa? Há muitas diferenças entre o estilo de vida checo e o norte-americano? 
Claro, a República Checa possui uma coisa chamada liberdade. E isso aplica-se a grande parte da Europa nos dias de hoje, mas o Grande Irmão está a chegar cá também e a liberdade será perdida não tarda muito. Vivemos num mundo controlado pelo governo e ele gosta de ditar o que a sociedade pode e não pode fazer. Gosta de dizer-te quando e o que comer, quando cagar, o que vestir e quando deves sentar-te e ver televisão!
 

E chegámos ao fim! Há algo mais que queiras dizer antes de terminarmos? 
Claro, o “The New Elite” está disponível para todos os sacanas forretas que estão a sacá-lo de graça nos meus sites. A pirataria mata os Master e as restantes bandas do underground. Por isso, apoiem o underground, arranjem um emprego e comprem alguma coisa do site!

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