domingo, 25 de julho de 2010

Ulysses: The Gift Of Tears

Ulysses
"The Gift of Tears"
Edição do Autor
5,5/10

Não sendo um grande admirador de Rock/Metal Progressivo, foi com alguma surpresa que recebi uma promo do mais recente trabalho dos Ulysses, intitulado «The Gift Of Tears». Embora tenha sido lançado em Novembro de 2008 nos E.U.A., só em Março de 2009 chegou ao território europeu e japonês através da Musea Records.

Comparado ao seu antecessor, «Symbioses», de 2003, este novo disco apresenta algumas alterações. Primeiro, o limitado vocalista Raymond Jansen e o baixista Marcel foram substituídos por Michael Hos e Casper Kroon. Segundo, o colectivo holandês apostou numa fórmula de composição diferente, dando maior ênfase às vocalizações e às letras que, através de histórias reais, visam tornar «The Gift Of Tears» não só numa experiência mais profunda, mas também ensinar-nos a valorizar mais a vida. Contudo, apesar de todas as mudanças e da ambição demonstrada, o novo disco dos Ulysses deixa bastante a desejar. A maioria das faixas aqui presentes possui uma estrutura semelhante, que pode ser dividida em duas partes distintas. A primeira consiste numa progressão tipo verso-refrão-verso-refrão, onde Michael Hos tenta transmitir a emoção contida nas letras. Porém, embora seja melhor que o antigo vocalista, Hos não parece ser o membro adequado para o cargo, visto que o seu registo é extremamente monótono e parece, por vezes, estar fora de tom. A segunda parte concentra-se mais nos instrumentos, principalmente na guitarra e nos teclados, valendo a pena destacar a qualidade dos solos de guitarra de Sylvester Vogelenzang, cheios de beleza e emoção. Apesar de não existir nenhuma canção que justifique a compra de «The Gift Of Tears», a breve e triste «Silence Of The Night» e a longa e progressiva «Anat» são bastante agradáveis. Se na primeira encontramos a melhor prestação de Michael Hos, acompanhada por piano, na segunda deparamo-nos com o tema que serviu de base a este álbum. Durante aproximadamente 15minutos, os Ulysses contam-nos a história de dois jovens pais que perderam a sua bebé de um ano devido a um tumor cerebral. A forma como a banda interpreta vários estados de espírito, tais como a felicidade, desespero, tristeza, sofrimento, demonstra que Sylvester e companhia são capazes de criar música cativante e cheia de emoção.

Em conclusão, ainda não foi desta que os Ulysses criaram um disco forte, memorável e merecedor da nossa atenção. Ainda existem muitas arestas por limar nas suas composições, sendo uma delas a voz de Michael Hos. No entanto, a banda holandesa demonstra ter capacidades para fazer bem melhor, por isso fico à espera dum novo trabalho.

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