quinta-feira, 6 de maio de 2010

Entrevista: Israthoum

Actualmente a residir na Holanda, os portugueses Israthoum têm vindo a evoluir nos últimos anos. Com «Monument Of Brimstone», o seu segundo disco, o colectivo conseguiu obter críticas bastante favoráveis e assinou com a respeitável editora finlandesa Spinefarm Records. Aproveitando este bom momento, o THMS pôs-se à conversa com Arvath, baterista da banda.


Antes de mais, muito obrigado por teres aceitado o meu convite. Para começar, introduz os Israthoum aos nossos leitores.
Neste momento, o line-up de Israthoum consiste em Voxinferi (voz/baixo), Kald (guitarra), Arvath (bateria) e Agramon (teclas). Basicamente, este line-up é o utilizado para concertos ao vivo, dado que nas composições e gravações fazemos todos um pouco de tudo.

Os Israthoum formaram-se em 1992, no entanto, «Monument Of Brimstone» é ainda o vosso segundo disco. Existe alguma razão especial para este facto ou as coisas simplesmente aconteceram assim?
É verdade, se bem que acabámos por considerar o «Black Scenery Avatar» mais um MCD que um álbum propriamente dito. Mas apesar de só termos 2 álbuns editados, já temos material diverso gravado desde '92/'93 (demos, etc.). A verdade é que nunca fizemos grande esforço para lançar o nosso som para fora (nem tínhamos grandes condições para tal). Portanto deixámos as coisas simplesmente desenvolverem-se por si, sem pressão e sem forçar. Creio que desde sempre tivemos a postura de que, a partir do momento em que o nosso material fosse suficientemente bom, ele vender-se-ia a si próprio. Também acho que, ao contrário de muitas bandas, temos demasiada integridade para andar por aí a dar graxa (ou pagar dinheiro!) para arranjar uns concertozitos ou bombardear pessoas e editoras com flyers e demais propaganda de desespero para captar a atenção para a banda. Mas não faltam bandas que o façam, é absurdo.

Como é que surgiu o contrato com a Spinefarm Records?
O nosso amigo e colaborador Kvohst achou sensato apresentar ao Sami da Spinefarm Records. Esse, por sua vez, curtiu o nosso álbum e a partir daí surgiu o contrato com a editora.

Falemos agora sobre «Monument Of Brimstone». Embora tenha sido originalmente editado em Outubro de 2008, continuam satisfeitos com o resultado final?
Por volta dessa data fizemos só umas 50 cópias provisórias do álbum (com lay-out exclusivo) pela minha própria editora S.A.R.S. Productions e o lançamento oficial pela Spikefarm surgiu poucos meses depois. Apesar de o álbum conter material composto entre 2001 e 2008, continuamos bastante satisfeitos. Os elementos básicos que nele constam, a frieza e a obscuridade, continuam a ser representativos para a nossa arte. As faixas como estão gravadas e com o som que têm, representam um marco na história da banda, e pelo tal é sagrado. Não há cá arrependimentos...


Para ti, quais são as principais diferenças entre este novo trabalho e «Black Scenery Avatar»?
Há um mundo de diferença, isso será fácil de notar. A seguir ao «Black Scenery Avatar» ficámos muito mais selectivos quanto aos riffs e às atmosferas criadas. Ligado a isso, aperfeiçoámos também imenso o papel do sintetizador nas composições, tendo este ficado completamente no plano de fundo. Os vocais também foram muito mais ponderados no último CD e os detalhes tidos em conta, o que no MCD infelizmente ainda deixava muito a desejar. Posso dizer que nos levou algum tempo até conseguirmos exprimir bem o que fermentava aqui dentro, mas que o «Monument of Brimstone» foi sem dúvida o passo certeiro na direcção certa. Por fim acho que acabámos por conseguir definir bem a atmosfera que melhor ilustra as nossas letras. Como um bom vinho, levou o seu tempo a apurar.

Quais são os vossos planos para o futuro? Já começaram a compor para o próximo disco?
O próximo álbum já está totalmente composto. Estamos neste momento prestes a entrar em estúdio para gravar esta farpa. Se tudo correr como planeado, iremos gravar dentro de 2 ou 3 meses em Oslo, no estúdio do Vicotnik. Fora isso, vamos dando uns concertos conforme nos são oferecidos. O próximo vai ser em Helsinki / Finlândia no final de Junho com Azaghal e mais não sei quem. E por falar nisso, não nos arranjam uns concertos pelas ricas terras Lusas pá?

Apesar de viveres na Holanda, ainda mantens contacto com Portugal e com a música que se vai fazendo por cá?
Claro! Temos família e bons amigos em Portugal e é lá que estão as nossas origens, portanto vamos a Portugal sempre que podemos. Para além disso também fazemos por ficar a par do progresso a nível do movimento Black Metal em Portugal. Para além das famosas hordas já por todos conhecidas, temos reparado noutros projectos mais em segundo plano que só nos podem deixar com a conclusão de que Portugal se está a proliferar muito bem a nível de Black Metal. É claro que está na moda dizer que a cena Black Metal está morta e que tudo o que é tudo uma cambada de palhaços, mas não vejo razão para andar por aí a gritar esses clichés no que diz respeito a Portugal, a Holanda, ou mesmo para o resto do mundo. Acho que em linhas gerais, o Black Metal está a atingir um nível de qualidade nunca antes visto nestas quantidades. Palhaços e frutos podres hão-de existir sempre, mas esses são fáceis de identificar e devem apenas ser ignorados.

Por fim, há alguma mensagem que queiras deixar aos nossos leitores?
Obrigado pela entrevista Eduardo! Quem estiver interessado ainda poderá adquirir o Monument of Brimstone directamente pela banda (israthoum@hotmail.com), tanto em LP como em CD, mas aconselho que se despachem porque já só temos mesmo poucas cópias! Além disso, agora também temos t-shirts exclusivas disponíveis (shirt preta com impressão cinzenta, lim. a 50 cópias). Estas só podem ser encomendadas por nós.

1 comentário: