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terça-feira, 2 de abril de 2013

Old Funeral: Our Condolences 1988-1992

Old Funeral
"Our Condolences 1988-1992"
Soulseller Records
-/10

Os Old Funeral são maioritariamente conhecidos por terem incluído na sua formação, embora em períodos diferentes, músicos famosos da cena norueguesa, como Abbath e Varg Vikernes. Depois de ter saído uma compilação da banda pela Hammerheart Records em 1999, chamada “The Older Ones” e entretanto já descatalogada, a Soulseller Records edita outra este ano. “Our Condolences 1988-1992” está dividida em dois discos cujo interesse variará consoante o público. A primeira rodela é composta pela primeira demo, limitada a 50 cópias e nunca antes relançada, e por uma gravação inédita de um concerto dado em Bergen, em 1991. Trata-se de material que vale pela sua exclusividade, especialmente o concerto, que possui uma qualidade de som péssima destinada aos mais corajosos. Na segunda rodela encontra-se o melhor material escrito por estes noruegueses, nomeadamente a segunda demo e o EP “Devoured Carcass”, entre outros temas soltos. Avaliar uma compilação tendo acesso somente à componente musical é sempre uma tarefa ingrata que não permite discernir o verdadeiro valor desta edição. No entanto, a nível de conteúdo, este lançamento revela-se suficientemente versátil para agradar tanto aos fãs mais acérrimos e completistas como àqueles que querem começar a explorar as pequenas pérolas escondidas no legado dos Old Funeral.

Crítica originalmente escrita para a Infektion Magazine n.º 21.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Terrorama: Genocide

Terrorama
"Genocide"
To The Death Records
7,5/10

Formados em 2001, os Terrorama são um quarteto natural de Norrköping, Suécia. Após dois álbuns com selo da Nuclear War Now! Productions, os suecos aliam-se à conterrânea To The Death Records para lançar o seu terceiro longa-duração, intitulado "Genocide". Ao longo de oito temas, que não chegam sequer a fazer 30 minutos de duração total, a banda cospe um Black/Thrash Metal sujo e descomprometido, revelando claras influências da selvajaria característica da cena extrema sul-americana, assim como alguma frieza norueguesa em passagens mais lentas. A nível lírico, é-nos apresentado um conceito que, como o próprio nome do disco indica, fala de genocídios. Entre acontecimentos mais debatidos, como a Alemanha Nazi ou a URSS de Estaline, e outros mais obscuros, como a ditadura militar de Idi Amin no Uganda ou a Grande Fome da Ucrânia, somos enfrentados com a faceta mais negra e sinistra do ser humano. Para quem gosta de Metal extremo pouco polido e com um pé no passado, esta será, certamente, uma proposta a ter em conta, principalmente se forem fãs de grupos como Sarcófago, Vulcano ou Holocausto, por exemplo.

Crítica originalmente publicada na Infektion Magazine nº19.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Behexen: Nightside Emanations

Behexen
"Nightside Emanations"
Debemur Morti
7/10

Vá-se lá saber se por capricho ou mera coincidência, todos os álbuns dos Behexen estão separados por um intervalo de quatro anos. Depois da ligeira desilusão que foi “My Soul for His Glory”, os finlandeses surgem com o seu quarto registo, “Nightside Emanations”, no qual contam com a preciosa ajuda de uma nova dupla de guitarristas, constituída por Wraath e Shatraugh, mentor de outra respeitada banda do país dos mil lagos, os Sargeist. Terminada a lúgubre introdução que dá início a este disco, “Wrathful Dragon Hau-Hra” e “Death’s Black Light” fustigam o ouvinte com uma fúria contagiante. São dois temas rápidos, embora bem distintos, possuidores de uns riffs que têm tanto de maléfico como de orelhudo. Em seguida, "Circle Me…” e “We Burn with Serpent Fire” adotam um compasso mais lento, mas não menos cativante, onde os Behexen mostram a vertente decadente e ritualista do seu Black Metal ortodoxo. Porém, o entusiasmo criado por este conjunto de temas acaba por esmorecer na segunda parte de “Nightside Emanations”. Não é que faixas como “Awaken Tiamat” ou “Shining Death” sejam más, longe disso. Não estão é ao nível do material apresentado na primeira metade do álbum que, por si só, é digna da atenção dos fãs de Black Metal da segunda vaga.

Crítica originalmente publicada na Infektion Magazine nº18.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

God Seed: I Begin

God Seed
"I Begin"
Indie Recordings
8,5/10

Ultrapassados os problemas e controvérsias inerentes à sua formação, os God Seed estreiam-se finalmente com “I Begin”. Atendendo ao percurso musical de Gaahl e King ov Hell, as probabilidades de estarmos perante um disco de Black Metal direto eram elevadas e os minutos iniciais do tema de abertura, “Awake”, apontam exatamente nessa direção. Contudo, o uso subtil de teclados Hammond já perto do fim é um prenúncio para o que se segue. “This from the Past” mantém a abordagem furiosa e veloz até que, a meio, abranda para um compasso dominado pelas teclas de Geir Bratland que nos remete inesperadamente para um ambiente 70s, com claras influências psicadélicas e espaciais. A partir daqui, o cruzamento entre o Black Metal e as referências ao Prog Rock dos anos 70 passa a ser uma constante, assim como a alternância entre faixas rápidas e outras mais arrastadas. “From the Running Blood” e “Aldrande Tre” são bons exemplos da veia mais agressiva da banda norueguesa, ao passo que “Alt Liv” ou a belíssima “Hinstu Dagar”, com um refrão de voz limpa que evoca tenuemente o trabalho recente dos Enslaved, são composições mais lentas e ritualistas. Já no fim, os God Seed voltam a surpreender com "Bloodline”, um instrumental puramente eletrónico e possuidor de uma atmosfera sinistra. Não há dúvidas que “I Begin” é uma semente de qualidade, agora é esperar que os rebentos sejam tão bons ou melhores.

Crítica originalmente publicada na Infektion Magazine nº18

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Entrevista: God Seed

Após a disputa de nome dos Gorgoroth e todos os problemas inerentes à criação dos God Seed, a nova banda de Gaahl e King ov Hell lança finalmente o seu álbum de estreia. Foi precisamente com este último que estivemos ao telefone.
Como te sentes em relação ao "I Begin"? O resultado final foi de acordo às expetativas que tinhas quando começaste a trabalhar nele?
É óbvio que quando começas a trabalhar num álbum não sabes exatamente como tudo vai soar no final. Contudo, eu e o Gaahl sabíamos que queríamos construir algo a partir daquilo que fizemos no passado e tentar criar algo novo, usando influências dos anos 70. E foi isso que acabou por acontecer.

Foi difícil criar este álbum? Fala-me um pouco do seu processo de composição e gravação. 
Compus a maioria do material para este álbum antes de envolver quem quer que fosse. Quando já tinha uma boa quantidade de canções escritas, eu e o Gaahl recrutámos os restantes membros para os God Seed, que são o Kenneth Kapstad dos Motorpsycho na bateria, o Geir Bratland dos Dimmu Borgir nos teclados, e nas guitarras o Lust Kilman dos Batallion e o Sir, que tocou com o Gaahl na sua antiga banda, Trelldom. Eles também contribuíram com muitas ideias para este álbum. 

Por que motivo convidaste estes membros para fazer parte dos God Seed? 
Todos eles já eram amigos meus e do Gaahl antes de lhes termos perguntado, mas também foi por causa das suas aptidões musicais. Todos eles são bons músicos e têm conhecimentos em outras sonoridades, como Pop, Jazz, Rock… Por isso, têm um estilo único. O Lust Kilman, por exemplo, foi muito importante na composição. Não só acrescentou variedade às canções, como também compôs uma delas, a “Aldrande Tre”. Também trabalhei nas partes dos teclados em estreita colaboração com o Geir Bratland, que foi um membro crucial.


Por acaso, a próxima pergunta está ligada aos teclados. Tal como é referido na nota de imprensa, o "I Begin" possui uma atmosfera à anos 70 muito devido à forma como os teclados são utilizados. Pensas que os God Seed te deram a oportunidade de explorar novos horizontes musicais que não terias explorado se tu e o Gaahl tivessem ficado nos Gorgoroth? 
Essa é uma pergunta difícil! Não sei, mas provavelmente as canções teriam soado um pouco diferentes. Também tem a ver com o facto de sermos mais velhos agora. Passaram cinco ou seis anos desde que escrevemos juntos o "Ad Majorem Sathanas". Por isso, talvez tenhamos amadurecido entretanto. 

Vês os God Seed como uma continuação daquilo que fizeste nos Gorgoroth ou considera-los um projeto diferente? 
Vejo-os como uma progressão natural do meu próprio método de composição. O que fiz nos Gorgoroth, faço agora nos God Seed com o Gaahl e os novos membros. Por isso, tudo se baseia em nós, digamos assim. Tentámos evoluir e fazer algo de diferente. 

Em Agosto de 2009, o Gaahl anunciou que se tinha retirado do Metal e, como consequência, dos God Seed. Como lidaste com essa situação na altura? Ponderaste enterrar a banda ou encontrar um novo vocalista, por exemplo?
Não foi nenhum drama. O Gaahl simplesmente queria afastar-se um pouco de tudo, por isso congelámos a banda. Houve um entendimento mutuo de que ele iria apenas fazer uma pausa, que iríamos deixar a banda em espera por algum tempo e que depois voltaríamos a pegar nela. E foi o que fizemos. 


Em Novembro, os God Seed iniciarão uma digressão europeia ao lado de Cradle of Filth, Rotting Christ e Blynd. O que podemos esperar dos vossos concertos? 
É óbvio que vamos tocar muito material novo, mas também vamos incluir algumas das canções antigas que escrevemos quando estávamos nos Gorgoroth. Contudo, vamos focar-nos principalmente no material novo.

Quais são os teus planos e objetivos para os God Seed? O que pretendes alcançar com esta banda? 
Hmm... Não sei se há algo que queira alcançar para além de expressar-me. E não sei o que irei alcançar com isso, mas o importante para mim é fazer música e expressar-me através dela.

Entrevista feita em colaboração com a Infektion Magazine.