Steel Warriors' Rebellion Barroselas Metalfest XV
Viana do Castelo, Barroselas - 27-30/04/2012
Não é todos os dias que vemos um festival de Metal chegar à 15ª edição, especialmente em Portugal. Desde a sua primeira edição, em 1998, que o Steel Warriors' Rebellion não tem parado de crescer e de trazer bandas de relevo a Portugal, como Bolt Thrower, Enslaved ou Venom. Como evolução é uma das palavras de ordem neste festival, os fãs das sonoridades mais underground voltaram a ser brindados com um cartaz que não só trouxe de regresso os Immortal e os Hypocrisy, como foi responsável pela estreia de várias bandas em Portugal, com especial destaque para Angel Witch, Asphyx e Candlemass. Além disso, o Palco 3 também revelou um agradável crescimento e contou com mais artistas do que no ano passado. Baptizado como SWR Arena e gratuito, foi um bom presente para aqueles que rumaram a Barroselas mesmo sem poder comprar bilhete.
Viana do Castelo, Barroselas - 27-30/04/2012
Não é todos os dias que vemos um festival de Metal chegar à 15ª edição, especialmente em Portugal. Desde a sua primeira edição, em 1998, que o Steel Warriors' Rebellion não tem parado de crescer e de trazer bandas de relevo a Portugal, como Bolt Thrower, Enslaved ou Venom. Como evolução é uma das palavras de ordem neste festival, os fãs das sonoridades mais underground voltaram a ser brindados com um cartaz que não só trouxe de regresso os Immortal e os Hypocrisy, como foi responsável pela estreia de várias bandas em Portugal, com especial destaque para Angel Witch, Asphyx e Candlemass. Além disso, o Palco 3 também revelou um agradável crescimento e contou com mais artistas do que no ano passado. Baptizado como SWR Arena e gratuito, foi um bom presente para aqueles que rumaram a Barroselas mesmo sem poder comprar bilhete.
DIA 2
Devido a uma
chegada um pouco tardia a Barroselas e à fila demorada na bilheteira para obter
a pulseira que dava acesso à tenda principal, foi impossível assistir às
actuações de Skullhog e de Aphyxion. Já era de noite quando os Simbiose
subiram ao Palco 1 para tocar perante um público ainda escasso. Com alguns
temas do novo disco no alinhamento e sem um dos guitarristas, que não esteve
presente devido a uma lesão, a banda lisboeta teve uma prestação bastante
esforçada, mas que não conseguiu despertar grande interesse. O mesmo ocorreu com
os Ease of Disgust e o seu Deathcore. No entanto, os Coffins
alteraram por completo o cenário, graças a uma performance poderosa e a
uma maior presença de espectadores. Canções como "Blood and Bone" ou
"Evil Infection" conseguiram causar mossa visível, com mosh e
algum stagediving. Depois, foi a vez dos Gorod entrarem em acção,
mas, infelizmente, tiveram um som pouco adequado à sonoridade que praticam, o
que fez com que alguns dos presentes optassem por ir ver os Nashgul a
pulverizar o Palco 3 com o seu Grindcore à moda antiga. Apesar disso, a banda
francesa não desanimou e manteve um nível de competência acima da média. Os Candlemass
eram os cabeças-de-cartaz deste dia e trouxeram na bagagem algumas surpresas.
Depois da introdução "Marche Funebre", a banda deu início à actuação
com "Mirror Mirror" e desde logo se notou o som altíssimo e a
ausência do baixista Leif Edling, substituído por Per Wiberg (dos Spiritual
Beggars e ex-teclista dos Opeth). No meio da interpretação de temas clássicos
(como "The Well of Souls" ou "At the Gallows End") e outros
mais recentes ("If I Ever Die" e "Emperor of the Void" são
alguns exemplos), ainda houve tempo para a apresentação de um inédito que
figurará no próximo disco dos suecos. Foi com "A Sorcerer's Pledge",
com direito ao habitual coro do público, e a icónica "Solitude" que o
carismático Robert Lowe e companhia colocaram um ponto final num bom concerto.
Os últimos a actuar no Palco 2 foram os Malignant Tumour e a passagem
destes checos por Barroselas pode ser resumida em poucas palavras: muita festa
e boa disposição. A tarefa de encerrar a noite na tenda principal coube aos
noruegueses Tsjuder. Com uma prestação coesa e agressiva, o trio
conquistou os fãs de Black Metal com canções dos seus quatro álbuns e duas covers,
"Sacrifice" dos Bathory e "Deathcrush" dos compatriotas
Mayhem.
DIA 3
O início dos
concertos na tenda principal deu-se às 17h30 e os The YTriple Corporation foram
os primeiros a entrar em acção. Apesar de terem começado a tocar para pouco
mais de 10 pessoas, a sua música rapidamente chamou a atenção de mais gente. No
Palco 1, os Concealment presentearam um público muito bem composto para
a hora que era com uma actuação de encher o olho. É verdade que a sonoridade
dos lisboetas não é para todos, mas é impossível não ficar rendido à sua
qualidade técnica. Também os Irae souberam conquistar um bom número de
espectadores graças ao poder enfeitiçador das suas composições. A seguir, os Pantheist
baixaram o ritmo ao som do seu Doom Metal progressivo e, cerca de três quartos
de hora depois, os alemães Purgatory destruíram o Palco 2 com uma
prestação explosiva. Às 20h40, subiu ao palco uma das bandas mais esperadas do
dia, os Artillery. Os veteranos dinamarqueses brindaram os espectadores
com uma actuação muito competente onde não faltaram clássicos como "By
Inheritance" e faixas do último disco, "My Blood". Após um
concerto desinteressante por parte dos Dyscarnate, foi a vez dos Hail
of Bullets mostrarem o bom Death Metal que se faz na Holanda. Alternando
canções rápidas com outras mais lentas, Martin van Drunen e companhia deram um
concerto intenso e bem conseguido, mas que, por alguma razão, não despertou
tanto entusiasmo no público como seria de esperar. Com uma bíblia a arder em
pleno Palco 2, os espanhóis Omission descarregaram o seu Thrash/Black
Metal de forma convincente, o que terá agradado especialmente aos fãs dos sons
da velha guarda. Por esta altura, a tenda principal já estava cheia para
receber o regresso dos Immortal, cabeças-de-cartaz da 15ª edição do SWR.
Num palco personalizado com direito a pirotecnia e tudo, a banda norueguesa
teve o público na mão desde o primeiro tema, "All Shall Fall", e
levou-o numa viagem por sonoridades geladas que durou aproximadamente 1h30. O
alinhamento reuniu desde relíquias como "The Sun no Longer Rises" ou
"Battles in the North" até material mais recente, sendo "One by
One" ou "Triumph" alguns dos exemplos. De negativo, só mesmo
algumas paragens desnecessárias a meio de alguns temas e a coreografia
demasiado ensaiada. A seguir, a actuação dos Dragged into Sunlight foi
envolvida em grande mistério... e alguma demora também. Depois de uma
introdução bastante longa, os ingleses lá começaram a tocar, mas não já não
havia paciência. O cancelamento dos Sublime Cadaveric Decomposition
devido a problemas no aeroporto deixou um amargo na boca e para substitui-los
foram chamados os Blacklodge, que haviam tocado no Palco 3 umas horas
antes. Ainda houve forças para ver os Revengeance a instaurar o caos no
Palco 3 com o seu som algures entre o Punk/Hardcore e o Grindcore, mas a voz da
vocalista era tão irritante que o merecido descanso falou mais alto.
DIA 4
Por volta
das 17h30, os brasileiros Woslom subiram ao Palco 2 para dar início a
mais um dia de festival. No começo, o seu Thrash Metal cheio de solos prometia,
mas, ao fim de duas ou três canções, já parecia tudo o mesmo. No entanto, o
público correspondeu e ainda ficou a pedir por mais no fim. Em seguida, os Bloodsoaked
proporcionaram um bom momento de Death Metal no Palco 1. Apesar de serem apenas
dois músicos em palco acompanhados por uma caixa de ritmos, conseguiram cativar
alguns presentes graças aos seus riffs orelhudos. Já os indianos Eccentric
Pendulum não estiveram tão bem. Estiveram demasiado parados em palco e,
apesar de virem de um país considerado exótico nestas andanças, isso pouco se
notou na música que tocaram. O mesmo não se pode dizer dos The Firstborn
que, com a sua sonoridade distinta, se mostraram em excelente forma,
especialmente Bruno Fernandes nos momentos mais agressivos. Só foi pena o som
nem sempre ter estado à altura. A seguir, os espanhóis Foscor actuaram
no Palco 2 e, embora sejam competentes na forma como debitam o seu Black Metal
com toques depressivos, não impressionaram. Ainda no Black Metal, os Ondskapt
foram bem mais convincentes. Fazendo um bom equilíbrio entre momentos mais
rápidos e agressivos com outros mais arrastados e ritualistas, tiveram uma
prestação poderosa que agradou aos amantes de Metal mais negro. Como os Mythological
Cold Towers não estavam a agradar, a sua actuação serviu para ir recarregar
energias e dar duas de treta com os Asphyx no SWR Café. Pouco depois do
regresso à tenda principal, foi a vez dos Die Apokalyptischen Reiter. A
música estava um pouco deslocada do que se costuma ver neste festival, mas a
banda alemã proporcionou um espectáculo divertido, graças a uma produção de
palco digna de uns Rammstein em ponto pequeno. Um teclista vestido com
roupas de sadomasoquismo a andar num baloiço metálico? Canhões que disparam
confetes? Um barco de borracha a viajar pelo público? Tirem as vossas próprias
conclusões! Bem mais séria e intensa foi a actuação dos Process of Guilt,
que de tão envolvente passou a voar. Além disso, a novidade "FÆMIN"
parece corroborar ainda mais a ideia de que estes eborenses merecem estar
expostos a um público mais vasto. Logo a seguir, os Asphyx
apresentaram-se no Palco 1. Mesmo com um som inicial desequilibrado e com
Martin van Drunen completamente esgotado em termos vocais, deram um concerto
coeso, sempre com o apoio do público. "Death... the Brutal Way",
"Deathhammer", "M.S. Bismarck" e "Vermin", esta
já em encore, foram algumas das canções tocadas. Os últimos a actuar no
Palco 2 foram os alemães Warhammer e, mais uma vez, os fãs da
velha guarda tiveram oportunidade de se deliciarem. O fim do dia na tenda
principal ficou a cargo dos Legacy of Brutality que, apesar da hora,
estavam cheios de energia e deram uma lição na arte de fazer bom Brutal Death
Metal.
DIA 5
Já era quase
noite quando os concertos começaram na tenda principal. Os EAK foram os
primeiros a actuar no Palco 2 e, apesar de alguns problemas técnicos, mostraram
ser uma proposta bastante válida no cenário pesado nacional. Em seguida, os Corpus
Christii deram mais um concerto com a competência e a intensidade do
costume, mas foram prejudicados pelo som, que piorou claramente a partir da
terceira canção. Pela segunda vez em Barroselas, os Cerebral Bore
apresentaram-se com a vocalista Simone Pluijmers em palco e a sua actuação
tanto cativou como aborreceu. No entanto, aqueles que decidiram ficar não terão
dado o seu tempo por mal empregue. Estava na altura de enveredar por
sonoridades menos habituais neste festival ao som do Heavy Metal dos lendários Angel
Witch. Apesar de pouco comunicativos, facilmente conquistaram o público,
que enlouqueceu ao som do hino que dá nome à banda já em encore. De
destacar também a presença de Bill Steer (dos também lendários Carcass) na
segunda guitarra. De regresso ao Palco 2, os Jucifer foram
responsáveis por aquele que terá sido o concerto mais demolidor desta edição do
SWR. O duo composto por Amber Valentine e Edgar Livengood estava completamente
possuído e, em certos momentos, a brutalidade sonora era de tal ordem que faria
corar muitas daquelas bandas que andam por aí com a mania que são pesadas.
Seguiram-se os Hypocrisy como cabeças-de-cartaz. Desde 2003 que não
tocavam em Portugal e fizeram questão de brindar os fãs com um grande
espectáculo, onde até o som esteve exemplar. Como Peter Tägtgren tinha informado
semanas antes, o alinhamento foi bastante semelhante ao de "Hell Over
Sofia", o DVD mais recente da banda, por isso não houve grandes surpresas
neste departamento. Foi pena, porque mais um ou outro tema de
"Penetralia" ou "Osculum Obscenum" não teria sido má ideia.
A seguir, a actuação dos Holocausto Canibal serviu para recarregar
baterias e dar mais uma vista de olhos nas bancas de merchandise antes
do último concerto e do merecido regresso a casa. No entanto, pelas filmagens
que passavam nos dois ecrãs do Palco 1, a banda portuense parecia estar a dar
muito bem conta do recado. Para colocar um ponto final em mais uma edição do
festival foram escolhidos os veteranos Whiplash. Tony Portaro e
companhia fizeram a festa desde o início e o público despediu-se com muito mosh
e stagediving. E assim foi mais um SWR, para o ano há mais!
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