domingo, 9 de dezembro de 2012

Ao vivo: Anathema, Astra

Anathema, Astra
Hard Club, Sala 1 - 19/10/2012

Depois dos Paradise Lost no início do mês, um Hard Club igualmente bem-composto recebeu outra figura da tríade do Doom Metal britânico dos anos 90: os Anathema. A banda dos irmãos Cavanagh regressou ao nosso país pelo quarto ano consecutivo, desta vez para apresentar o novo “Weather Systems” num concerto que se adivinhou, como seria de esperar, memorável.

Encarregues de dar início ao evento, os Astra começaram a atuar antes da hora prevista e foram muitos, incluindo a nossa equipa, os que perderam o início da sua atuação. Embora não tenha sido possível assistir às duas primeiras canções, “Cocoon” e “The River Under”, houve tempo suficiente para apreciar o Rock Progressivo retro destes norte-americanos naturais da California através de “The Black Chord” e “The Weirding”, que se revelaram autênticas viagens sonoras.

Seguiu-se, então, a principal atração da noite. “Untouchable Part 1” e “Untouchable Part 2” serviram de ponto de partida para os Anathema conquistarem a plateia sem grande esforço, comprovando, mais uma vez, a existência de uma química especial entre a banda e o público português. Nem mesmo as dificuldades técnicas com o equipamento de Daniel Cavanagh em “Thin Air”, “Dreaming Light” e “Everything” prejudicaram o belo início de espetáculo e a boa-disposição que se respirava no recinto. Já com os problemas resolvidos, Vincent Cavanagh anunciou três temas de “Judgement”, interpretados sem interrupções. Entre eles, figurou o clássico “Deep” – dedicado ao público – durante o qual teve lugar um fantástico jogo de luzes. O concerto foi prosseguindo ao som de faixas retiradas de “We’re Here Because We’re Here” e “Weather Systems”, com especial destaque para “A Simple Mistake”, dedicada ao teclista Daniel Cardoso, e a eletrónica “The Storm Before the Calm”, na qual Vincent trocou a guitarra pelos sintetizadores. Contudo, o melhor ainda estava para vir. Depois de uma interpretação muito aplaudida de “Closer”, Vincent pediu que se apagassem as luzes e fosse o próprio público a iluminar a sala com o que tivesse à mão. Com isqueiros e telemóveis no ar, a plateia cantou com os Anathema “A Natural Disaster”, registando ali um momento único e que jamais será esquecido por quem o vivenciou. No fim, Vincent falou sobre a estranha união entre a música criada pela banda e os seus fãs. Já em encore e com o tempo a escassear, o vocalista perguntou qual era a canção que os presentes mais queriam ouvir e, entre os vários nomes que se ouviram, prevaleceu “One Last Goodbye”. Cantada em uníssono, foi mais outro momento incrível numa atuação que viria a terminar da melhor forma logo a seguir, ao som de “Fragile Dreams”. No fim, os irmãos Cavanagh e o resto da banda andavam pelo Hard Club a conversar com os fãs e a tirar fotografias com eles, demonstrando uma humildade que se vê pouco nos dias de hoje.


Fotografia de Susana Cardoso
Reportagem originalmente publicada na Infektion Magazine nº18

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