Hard Club, Sala 1 - 19/10/2012
Depois dos
Paradise Lost no início do mês, um Hard Club igualmente bem-composto recebeu
outra figura da tríade do Doom Metal britânico dos anos 90: os Anathema. A banda dos irmãos Cavanagh
regressou ao nosso país pelo quarto ano consecutivo, desta vez para apresentar
o novo “Weather Systems” num concerto que se adivinhou, como seria de esperar,
memorável.
Encarregues de
dar início ao evento, os Astra
começaram a atuar antes da hora prevista e foram muitos, incluindo a nossa
equipa, os que perderam o início da sua atuação. Embora não tenha sido possível
assistir às duas primeiras canções, “Cocoon” e “The River Under”, houve tempo
suficiente para apreciar o Rock Progressivo retro destes norte-americanos naturais
da California através de “The Black Chord” e “The Weirding”, que se revelaram
autênticas viagens sonoras.
Seguiu-se,
então, a principal atração da noite. “Untouchable Part 1” e “Untouchable Part
2” serviram de ponto de partida para os Anathema conquistarem a plateia
sem grande esforço, comprovando, mais uma vez, a existência de uma química
especial entre a banda e o público português. Nem mesmo as dificuldades
técnicas com o equipamento de Daniel Cavanagh em “Thin Air”, “Dreaming Light” e
“Everything” prejudicaram o belo início de espetáculo e a boa-disposição que se
respirava no recinto. Já com os problemas resolvidos, Vincent Cavanagh anunciou
três temas de “Judgement”, interpretados sem interrupções. Entre eles, figurou
o clássico “Deep” – dedicado ao público – durante o qual teve lugar um fantástico
jogo de luzes. O concerto foi prosseguindo ao som de faixas retiradas de “We’re
Here Because We’re Here” e “Weather Systems”, com especial destaque para “A
Simple Mistake”, dedicada ao teclista Daniel Cardoso, e a eletrónica “The Storm
Before the Calm”, na qual Vincent trocou a guitarra pelos sintetizadores.
Contudo, o melhor ainda estava para vir. Depois de uma interpretação muito
aplaudida de “Closer”, Vincent pediu que se apagassem as luzes e fosse o
próprio público a iluminar a sala com o que tivesse à mão. Com isqueiros e
telemóveis no ar, a plateia cantou com os Anathema “A Natural Disaster”,
registando ali um momento único e que jamais será esquecido por quem o
vivenciou. No fim, Vincent falou sobre a estranha união entre a música criada
pela banda e os seus fãs. Já em encore e com o tempo a escassear, o
vocalista perguntou qual era a canção que os presentes mais queriam ouvir e,
entre os vários nomes que se ouviram, prevaleceu “One Last Goodbye”. Cantada em
uníssono, foi mais outro momento incrível numa atuação que viria a terminar da
melhor forma logo a seguir, ao som de “Fragile Dreams”. No fim, os irmãos
Cavanagh e o resto da banda andavam pelo Hard Club a conversar com os fãs e a
tirar fotografias com eles, demonstrando uma humildade que se vê pouco nos dias
de hoje.
Fotografia de Susana Cardoso
Fotografia de Susana Cardoso
Reportagem originalmente publicada na Infektion Magazine nº18
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