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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Blutvial: Curses Thorns Blood

Blutvial
“Curses Thorns Blood”
Mordgrimm
7/10

Surgidos em 2007 e oriundos do Reino Unido, os Blutvial são um trio composto por Ewchymlaen, Zemogh e Aort, mais conhecido por acumular funções nos Code. "Curses Thorns Blood" é o segundo trabalho destes ingleses e apresenta algumas mudanças na sua abordagem ao Black Metal quando comparado à estreia "I Speak of the Devil", de 2009. Se no primeiro álbum exploravam a vertente mais fria do género, neste novo álbum apostam na agressividade do mesmo. Logo nos dois primeiros temas alternam riffs pesados e blastbeats com passagens mais arrastadas, possuidoras de um groove que lembra os suecos Craft. Em “The Immutable Hammer”, porém, já domina um feeling Punk, reminiscente dos primórdios de uns Bathory, especialmente no solo de guitarra. Contudo, as surpresas não terminam aqui e a banda mostra que gosta de arriscar, optando por uma vertente mais rockeira em “Tirade Against Oversocialisation” ou por uma mais arrastada e virada para o Doom em “Wethered and Broken-Mouthed”, por exemplo. Apesar de a audácia ser de louvar, o certo é que algumas canções não resultam muito bem, levando o ouvinte a perder o interesse rapidamente. Os fãs de Black Metal têm aqui uma proposta capaz de agradar-lhes, mas que carece de argumentos suficientes para conquistar um público menos inclinado para as sonoridades negras. 

Crítica originalmente publicada na Infektion Magazine nº 16.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Traces: Reflections Of A Forlorn Sun

Traces
"Reflections of a Forlorn Sun"
Siege of Amida Records
8/10

Os Traces são um jovem sexteto britânico formado em 2007. «Reflections Of A Forlorn Sun» é o seu EP de estreia e, tendo em conta a tenra idade da maioria dos membros que compõem esta formação, seria de esperar um disco genérico de Deathcore, igual a muitos outros que são editados mensalmente. Felizmente, não é isso que acontece aqui, visto que os Traces tocam Black Metal sinfónico com laivos de Folk. As influências de Dimmu Borgir são óbvias e, por vezes, a colagem chega a ser descarada, mas esse facto acaba por perder relevo quando somos fustigados pela surpreendente competência com que este colectivo destila a sua música. 

«To Engulf All Creed» é o tema que abre este EP e, após uma brevíssima introdução de sintetizador, os Traces entram a todo o gás, espalhando a destruição com blastbeats e guitarras cortantes. Depois de um break, a banda volta a atacar com o experiente Phil Wilson (ex-Gorerotted/The Rotted) a vociferar furiosamente as letras. Quando chegamos ao refrão, a agressividade dá lugar à melodia e Phil começa a cantar em registo limpo. Contudo, a sua prestação neste capítulo deixa bastante a desejar. De resto, a canção flui extremamente bem. Nas faixas seguintes, «In the Wake of What has Perished» e «Wreathed in Flames», as influências de Dimmu Borgir sobressaem. Existem bastantes passagens que lembram muito a banda norueguesa por alturas do melódico «Enthrone Darkness Triumphant» ou do sinfónico «Death Cult Armageddon». Mesmo assim, a classe está toda lá, principalmente nos arranjos melódicos dos teclados. Antes de chegar à última canção, os Traces ainda nos oferecem «Last Cycle Of Light», um instrumental calmo, acompanhado por flauta e por uma guitarra eléctrica limpa com uma melodia bastante bonita. Aos poucos vai dando lugar aos teclados, que lembram bastante Cradle Of Filth. Logo a seguir começa «Reflections Of A Forlorn Sun» que difere ligeiramente dos temas anteriores por ser mais lenta e orquestrada, incluindo até um solo de órgão que lembra o Power Metal finlandês. Pouco antes de terminar, Phil Wilson volta a cantar em registo limpo e a impressão de que não é um vocalista muito eficaz neste capítulo mantém-se. Porém, os arranjos brilhantes de teclado logo a seguir fazem-nos esquecer de imediato esse momento menos bom.

Além das vozes limpas medíocres, pouco ou nada mais há para criticar. Sim, os Traces estão longe de ser originais e, às vezes, usam demasiado os teclados. Contudo, isso são falhas naturais num colectivo formado há tão pouco tempo e, para seu mérito, apresentam um nível de profissionalismo/competência bastante acima da média. Em suma, «Reflections Of A Forlorn Sun» é um EP de estreia bastante promissor, capaz de agradar aos fãs de Black Metal melódico ou sinfónico e, quem sabe, aos apreciadores de Metal pagão, graças aos toques Folk que os Traces injectam na sua música. Recomendado!