segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Heiden: Obsidian

Heiden
"Obsidian"
Naga Productions
8/10

Os Heiden foram mais uma banda desconhecida que me chegou às mãos. São da República Checa e formaram-se em 2003. Nos seus dois primeiros álbuns, “Potomkům Pozemského Soumraku” (2004) e “Tinne” (2005), tocavam Black Metal pagão, mas em “Era 2” (2007) já se começavam a notar transformações na sonoridade do colectivo. “Obsidian” é o seu quarto disco e, tal como o seu antecessor, também traz mudanças a nível sonoro. Segundo a informação que acompanha a promo, os Heiden tocam agora uma “mistura orgânica de Black/Doom e Rock cheia de melancolia e negatividade”. Depois de algumas audições, conclui-se que a descrição é correcta, embora não seja muito fácil definir onde começa e acaba o som da banda. A canção que abre o álbum, “Nostalgia Echo”, é lenta, fria e distante. No entanto, como funciona como uma intro, ficamos sem saber exactamente o que esperar do resto do disco. É com “Catharsis”, um tema mid-tempo e mais virado para o Rock pesado e obscuro do que para o Black Metal, que as cortinas negras se abrem. Em “Triad”, ouvimos blastbeats pela primeira vez. Apesar de ser uma faixa mais pesada e rápida que a anterior, não se distancia muito de “Catharsis”. Segue-se a lenta “At A Funeral”, que nos remete ligeiramente para Mayhem e Shining, com Kverd a cantar de uma forma bastante semelhante a Attila e Kvarforth. Para além disso, vale a pena mencionar também o excelente trabalho de guitarra, que realça ainda mais a frieza de “Obsidian”. Com “Post Lux Tenebras”, os Heiden alteram um pouco a sua abordagem e oferecem-nos a canção mais rápida e pesada do disco. Os riffs carregados de groove, que lembram o Black n’ Roll de uns Khold ou Satyricon mais recentes, e a agressividade do tema só ajudam a tornar este longa-duração ainda mais cativante. Contudo, “Obsidian” não está isento de defeitos. Em primeiro lugar, dá a ideia de que a banda se perde um pouco em algumas das suas composições, isto é, há passagens que parecem estar lá só para encher o álbum. E, em segundo lugar, “Buried 100 Years Ago” está completamente deslocada das restantes faixas. É uma boa canção, bastante depressiva e interessante, mas acaba por parecer que nos puseram outro CD no leitor. Mesmo assim, o quarto longa-duração dos Heiden é um lançamento competente. É verdade que algumas arestas ficaram por limar, mas tenho a certeza que os amantes de Metal melancólico e negro acharão algo de interessante neste disco.

Crítica originalmente escrita para a Rock Heavy Loud.

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