terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ao vivo: Apocalipse Lusitano

Morte Incandescente, Nefastu, Göatfukk
C.C. Stop, Metalpoint - 22/09/2012

Na primeira noite de outono do ano, um Metalpoint bem composto recebeu o Apocalipse Lusitano, evento que também passou pelo Bar Roterdão, em Lisboa, no dia anterior e que contou com os Morte Incandescente como cabeças-de-cartaz e os Nefastu, os Göatfukk e os Enclavement como bandas de apoio. 

Ausentes nesta data no norte estiveram os Enclavement, que não puderam marcar presença por motivos de saúde. Assim sendo, coube aos Göatfukk dar início às hostilidades com o seu Black Metal injetado de Punk e D-Beat. “Nocturnal Guidance” foi a primeira canção interpretada, seguindo-se “XIV Crosses”, “Black Candles Burn” e “Your God That Never Was” quase sem interrupções. Foi com a versão de “Outbreak of Evil” dos Sodom que surgiram as primeiras manifestações do público, que permaneceu contemplativo e quase imóvel durante todo o concerto. Este comportamento deveu-se, em parte, à postura em palco de Vulturius, o novo vocalista de sessão, que, embora tenha vociferado as letras das canções de forma convincente, se mostrou pouco comunicativo. Já perto do fim e após “We Are the Spear”, voltaram a registar-se algumas reações por parte dos presentes ao som de “Drunk, Slut, 666” e “Chaos Is My Life”, cover dos The Exploited, que encerrou a atuação da banda.

Como estava um calor intenso no recinto, muitos abandonaram-no em busca de um local mais fresco enquanto se procedia à troca de equipamentos e soundcheck para o próximo espetáculo. Por essa razão, quando os Nefastu começaram a tocar não estava mais do que uma dúzia de pessoas a assistir. Contudo, o quarteto portuense não pareceu minimamente afetado com isso e, com a ajuda de um ambiente nebuloso e um bom som, assinou uma prestação intensa e envolvente. Num alinhamento de 40 minutos, a atenção recaiu sobre a nova demo, intitulada "Versículo II" e a ser editada em breve, tendo sido possível escutar algumas das canções que a compõem, como "O Triunfo dos Iníquos", "Desespero Incessante", "Inexistência" e "Vagueando pela Oculta Noite". A primeira demo também foi revisitada, através de "Renascido pelo Ódio" logo no início, "Flagelo do Ser" e "...Em Lúgubre Nostalgia" já a fechar.

Já com o público mais próximo do palco, seguiram-se os Morte Incandescente, que se apresentaram com uma postura mais descontraída e até sem o habitual corpsepaint. “Noite em Chamas” deu início a uma atuação cujo set incluiu temas dos três álbuns da banda, algumas novidades, como “Into a Pit e “To Praise the One with Black Wings” que figurarão no próximo 10’ intitulado “Black Fucking Cancer”, e ainda a inesperada “Desabafo”. Apesar da performance coesa de Nocturnus Horrendus, Vulturius e V-Kaos, em certos momentos o ambiente adivinhou-se menos introspetivo do que seria de esperar entre algum público que se encontrava à frente, o que prejudicou consideravelmente o impacto da música. Ainda assim, a interpretação sublime de “Your Bloodstream” e “Desabafo” recuperou o clima intimista que faltou em alguns momentos de um concerto que serviu como uma boa conclusão para uma noite dedicada às sonoridades obscuras.

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